segunda-feira, 28 de julho de 2008

Florests and Highways


Decisão. Pode ser classificada como um tiro no escuro ou mesmo como uma aposta quase impossível de acertar. principalmente quando a decisão não depende só de nós...
Dois caminhos:
  • uma floresta negra, sombria, onde é impossível saber o que se irá encontrar a seguir. Morcegos ou uma clareira, sonhos ou pesadelos... Tudo é possível.
  • uma autoestrada com poucas curvas e piso regular, poucas subidas e indicações de destino a toda a hora. Sem desafios, só certezas.
Continuo sem perceber se isto é um teste, um sonho (ou melhor, um pesadelo) ou se perdi de vez o controlo da minha vida. Continuo sem perceber o que se passa a minha volta e porque é que eu, sendo eu mesma, escolhi o caminho mais óbvio.
Os tópicos continuam lá, mas a escolha nunca foi minha. Deixei-me levar pelo vento, que me guiou para a tempestade.

domingo, 27 de julho de 2008

Something more than emptiness



Acordei sobressaltada. A chuva começava a cair forte e o cabelo molhado despertou a minha mente para o que aparentava ser a continuação da discussão. Não aguentava mais... Tinha de parar, ocupar aquele vazio com algo que não me deixasse abrir as feridas antigas. Algo que não me deixasse perceber o que tinha perdido com a minha "inocente" falta de sensibilidade.
De repente, sosseguei. Ouvi algo mais do que o bater do meu coração, algo mais do que a minha respiração. Senti uns braços fortes envolver o meu corpo frágil. Queria olhar para trás e ter a certeza de que eras tu. Mas tive medo da verdade. Preferi a ilusão do sonho e deixei a minha mente voar muito para além da linha ténue que separa a imaginação da loucura.
O corpo quente e mítico envolvia-me agora com mais força, mas não uma força bruta. Era mais uma força leve, quase amorosa... Senti uma respiração mais próxima do meu ouvido. Ouvi uma voz grave e melodiosa sussurrar algo como: "Estás a salvo".
Despertei por completo, trazendo as asas da minha mente por um voo complexo e rápido, de volta à realidade. Eras mesmo tu. Tinha a certeza, Nunca iria confundir aquela voz, aquela melodia, aquele timbre sombrio tão próprio que se revelava o espelho de passagem para a escuridão da tua alma. O espelho no qual só eu conseguia ver o reflexo dos teus pensamentos. Dos teus verdadeiros pensamentos, da tua verdadeira alma, e não a máscara que usas todos os dias para te esconderes do mundo. A máscara que também eu gosto de usar, de vez em quando.
E nisto, virei-me, sem medo. Dei de caras com o teu olhar mortífero e deixei-me levar pela habitual sensação de perigo e adrenalina que provocas dentro de mim. Não te deste ao trabalho de sorrir. Pegaste em mim ao colo, fechaste-me cuidadosamente os olhos e continuaste o teu caminho.
Fui perdendo a consciência aos poucos.

***

A chuva continuava com uma intensidade macabra, tornando-se impossível confirmar se os dois vultos estariam bem ou se tinham encontrado o fundo do abismo.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Emptiness


Alheei-me de tudo. Parei, sentei-me e fiquei em silêncio durante as duas horas mais estranhas da minha vida. Nada fazia sentido, pelo que nem valia a pena pensar. A luz brilhava alta, sombria, sorridente. A chuva caía forte sobre os meus pensamentos, difundindo-se com as lágrimas de confusão que entretanto me tinham escapado dos olhos. Um refúgio, um vazio...um pedaço de nada. E a lua continuava a sorrir para mim, melancólica. A noite estava calma e perfeita.
Tentei manter a minha mente vazia, mas ela insistia em chamar o coração para uma conversa de varanda entre vizinhos. Cantei, chorei, gritei o mais alto que pude para não ouvir os lamentos de todos os erros que cometi, o sofrimento que causei e todas as mentiras que vivi. Mas não era o suficiente. A razão falava sempre mais alto. E de repente gerou-se a confusão.
Os vizinhos discutiam agora mais alto. A mente falava céptica do que era suposto ser racional e o coração gritava o quão intensa seria a irracionalidade.
De repente, a chuva parou. A lua brilhou o mais forte que conseguiu. O vento soprou, gelado. Tão gelado que congelou a minha mente e parou a discussão, deixando o coração assumir o poder da minha vida.
Finalmente, paz.

***

E nisto, a rapariga de cabelos negros encaracolados adormeceu no colo do vampírico vulto, de rosto voltado para o abismo.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Thoughts


"(...)apenas há tanta coisa, esqueçemos-nos de nós... se nao estamos felizes como vamos fazer alguém feliz?
Olha só quero pintar a musica como sei, e cantar a dança como me faz feliz."

By: Raquel Maria Nogueira

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Deeper and Deeper, in the Depths of my Heart


Contigo seria tudo mais fácil. Ia ser como um mundo perfeito e inacabado, interminável e intocável em que a dor não passaria de uma farsa e os sonhos seriam tão reais que quem adormecia jamais acordava...Seria fácil se em vez de o meu coração encerrar a imagem do sonho perfeito, te encerrasse a ti. Mas não me posso dar ao luxo de facilitismos. Tenho de continuar a pensar no meu futuro, na sanidade mental dela e ser egoísta e egocêntrica ao ponto de te magoar para que não me doa a mim mais tarde. Não acredito que esta sou eu. Não acredito que me estou a por à tua frente...
Acho que voltei a perder a noção do que é racional e do que simplesmente não faz sentido. E se eu estiver apenas a tentar enganar o destino ? E se o destino se aperceber e me enganar a mim ?
Por aquele sonho, por aquela imagem, eu morreria. Mas por ti eu sofria a tortura da mentira que me envolveria eternamente... Porque mesmo que a Eternidade não dure para sempre, o amor durará.

End or Eternity ?


Acho que se pode dizer que estava perdida... A minha mente divagava com a facilidade com que Shakespeare escrevia. Mal conseguia respirar. As linhas de raciocínio eram interrompidas por manchas de suor a cada batimento cardíaco; e a cada diástole, o coração partilhava uma lágrima com a alma e chorava uma gota de sangue, que caía pesada sobre os meus pensamentos difusos.
No meio de um roseiral tão grande, como podia eu pensar que não havia espinhos? E por muito bonita que parecesse a rosa, quanto tempo o seria até murchar?
Se nem o sorriso de uma rosa é eterno, como poderia um ser humano amar eternamente?
O amor pode não ser eterno, mas por algum motivo o meu coração encerra aquela imagem. Essa linha, eu posso negar, esconder e até disfarçar sem que ninguém desconfie... mas lá no fundo sei que não a posso evitar.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Dreams and Nightmares
















Sonhos. Imagens difusas espalhadas num espelho da mente a que chamamos imaginação. Reflexos banais que se tornam inconfundíveis com o tempo. Um lugar onde a realidade se mistura, sem medo, com o mundo virtual pelo qual a mente dos loucos vagueia. A vida que acabou mas continua a existir dentro de ti. A chama que perdeu a intensidade e quase se afogou, mas nunca se extinguiu. A bala que quase te matou e que o tempo parou micro segundos antes de atingir. O fantasma que te assombrou a biblioteca durante anos à procura do livro que não acabava mas fugiu com o uivo do lobo. O tempo que voou durante o beijo perfeito mas que pareceu parar quando te atiraste do penhasco para agarrar a vida. O mundo em que todos viviam no escuro e de cabeça para baixo mas onde um sorriso bastava para comunicar com as outras almas perdidas. O sonho onde querer era poder, amar era viver e bastava ver para sentir.
A noite onde bastava adormecer para não voltar a acordar...