domingo, 6 de dezembro de 2009

Saudade




Chegou, sorrateira, ao alpendre
Suavemente, entrou sem bater à porta
Passou no tapete onde chorámos juntos
E sorriu melancolicamente para as fotografias dos tempos passados.
Sentou-se no sofá onde adormecias à luz do Luar
Seguiu até à varanda, onde, abraçados, fugíamos com as estrelas
Chorou onde chorei por ti, quando a tua carta não chegou
E sentou-se no vão das escadas, onde partilhámos a colisão de um beijo profundo

Subiu, trazendo com Ela a escuridão da noite e o nevoeiro das mágoas
Abriu a porta e todo o quarto gelou
Caminhou na minha direcção, e a cada passo
Uma memória invadia o meu coração
Os beijos, os sonhos, os abraços e os gritos...
O amor, o ódio, as lágrimas e os sorrisos...


Hoje, que não te sinto,
A Saudade entrou sem bater à porta
Subiu, trazendo com ela a escuridão da noite e o nevoeiro das mágoas
Entrou e todo o quarto gelou
Sentou-se na cama, onde, em tempos, fomos um
E assombrou-me com um abraço que nunca se fechou...