domingo, 27 de julho de 2008

Something more than emptiness



Acordei sobressaltada. A chuva começava a cair forte e o cabelo molhado despertou a minha mente para o que aparentava ser a continuação da discussão. Não aguentava mais... Tinha de parar, ocupar aquele vazio com algo que não me deixasse abrir as feridas antigas. Algo que não me deixasse perceber o que tinha perdido com a minha "inocente" falta de sensibilidade.
De repente, sosseguei. Ouvi algo mais do que o bater do meu coração, algo mais do que a minha respiração. Senti uns braços fortes envolver o meu corpo frágil. Queria olhar para trás e ter a certeza de que eras tu. Mas tive medo da verdade. Preferi a ilusão do sonho e deixei a minha mente voar muito para além da linha ténue que separa a imaginação da loucura.
O corpo quente e mítico envolvia-me agora com mais força, mas não uma força bruta. Era mais uma força leve, quase amorosa... Senti uma respiração mais próxima do meu ouvido. Ouvi uma voz grave e melodiosa sussurrar algo como: "Estás a salvo".
Despertei por completo, trazendo as asas da minha mente por um voo complexo e rápido, de volta à realidade. Eras mesmo tu. Tinha a certeza, Nunca iria confundir aquela voz, aquela melodia, aquele timbre sombrio tão próprio que se revelava o espelho de passagem para a escuridão da tua alma. O espelho no qual só eu conseguia ver o reflexo dos teus pensamentos. Dos teus verdadeiros pensamentos, da tua verdadeira alma, e não a máscara que usas todos os dias para te esconderes do mundo. A máscara que também eu gosto de usar, de vez em quando.
E nisto, virei-me, sem medo. Dei de caras com o teu olhar mortífero e deixei-me levar pela habitual sensação de perigo e adrenalina que provocas dentro de mim. Não te deste ao trabalho de sorrir. Pegaste em mim ao colo, fechaste-me cuidadosamente os olhos e continuaste o teu caminho.
Fui perdendo a consciência aos poucos.

***

A chuva continuava com uma intensidade macabra, tornando-se impossível confirmar se os dois vultos estariam bem ou se tinham encontrado o fundo do abismo.

4 comentários:

Anónimo disse...

meu, ta excelente, essa cena comoveu.me, e sao pouas as cenas k m comovem ass: g-onyx

Anónimo disse...

meu, ta excelente, essa cena comoveu.me, e sao pouas as cenas k m comovem ass: g-onyx

Anónimo disse...

Muito fixe :) Tens uma forma de escrever muito diferente do resto dos blogs que visito :)

Rosélia disse...

Uma narração sombria mas n deixa de estar sentida e original :)

um texto mto bom mesmo =)

ich liebe dich